Setor de perfis de alumínio estima crescimento no segmento da construção

Segundo a Abal, o uso do alumínio terá crescimento de 8,7 % ao longo de 2011 e a construção civil superará todos os outros itens da cadeia

O setor de construção representa hoje o principal propulsor da indústria de alumínio no país. Um exemplo do boom do setor em 2010 é o desempenho da Alpex, empresa que conta com duas fábricas de perfis de alumínio em São Paulo e registrou crescimento de 18 % em seu faturamento no ano passado.

Segundo a empresa, em 2009, a receita chegou a R$ 165 milhões e, em 2010, o número saltou para R$ 195 milhões. Para 2011, a expectativa da empresa é expandir seus ganhos em até 4 % , em linha com estimativa do governo para o PIB (Produto Interno Bruto). Assim, a Alpex deve faturar R$ 204 milhões este ano. De acordo com o sócio diretor da Alpex, Paulo Magalhães o motivo para o crescimento é simples: “no ano passado, os resultados foram bastante positivos e hoje estamos no limite de produção”.

Em 2010, a produção total de alumínio da companhia foi calculada em 10.400 toneladas e a previsão para 2011 chega a 11 mil. “Como estamos produzindo com capacidade total, decidimos investir R$ 4 milhões em novos equipamentos”, revelou Magalhães. A injeção de capital se refletirá apenas em 2012, quando a empresa estará operando com a capacidade de produção já expandida em cerca de 30 %

Para o executivo, outro fator que exigiu mais da produção da empresa foi a adaptação ao selo de qualidade fornecido pelo Certificado ISO 9001, em 2010. “A princípio, os gastos com treinamento, controle de segurança e testes foram altos, mas em um segundo momento o selo atraiu mais clientes e, portanto, mais pedidos”, comentou. Do total da produção da Alpex, 40 % é destinado para a indústria de móveis e construção civil, 20 % fica para a decoração e 6 % vai para o mercado internacional.

Fundada em 1992 e presente em todo o território nacional, a área industrial da companhia ocupa 15 mil metros quadrados divididos em duas unidades, uma em São Caetano, no ABC Paulista, e outra no bairro do Ipiranga, em São Paulo. A Alpex atende a indústria moveleira com portas de alumínio montadas com vidro, puxadores, trilhos calceiros, cabideiros e prateleiras.

Outro exemplo do bom momento para o setor da indústria de alumínio voltado para a construção civil é a Zeloart, que divulgou faturamento de R$ 6 milhões em 2010 e projeta crescer 12 % em 2011. A empresa atribui os resultados e perspectivas à expansão do segmento e o aumento do interesse por projetos residenciais e de condomínios horizontais em cidades do interior de São Paulo.

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) prevê crescimento de 12% no consumo de alumínio no segmento de construção civil este ano.

Segundo a entidade, o uso do metal terá crescimento de 8,7 % ao longo de 2011, mas a construção civil superará todos os outros itens da cadeia como, por exemplo, o de embalagens que costuma apresentar os melhores resultados por estar diretamente ligado ao PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, ao consumo da população em geral. Bens de consumo que geralmente são importados também ficarão em níveis abaixo, seguidos transportes (carrocerias, baús e bicicletas).

No segmento de construção civil, o alumínio se encaixa na produção de dois principais tipos de produtos: laminados, aplicados em coberturas, calhas, revestimentos e dutos de ventilação – geralmente em galpões e obras institucionais – e extrudados, esquadrias, fachadas, divisórias, forros, box e utensílios. No comparativo de 2009 para 2010, o crescimento do ramo foi de 35 %.

“O que vem puxando todo o setor são os projetos do governo como o ‘Minha Casa, Minha Vida’ e os eventos esportivos mundiais que terão o Brasil como sede”, informou o coordenador do comitê de mercado de construção civil da Abal, José Carlos Noronha, que acrescentou que “janeiro e fevereiro confirmam as tendências projetadas para 2011”.

Em 2009, o volume de vendas de laminados e extrudados foi de 138 mil toneladas, ao passo que, mesmo ainda não divulgado, a estimativa de 2010 está em torno de 186 mil toneladas. Para 2011, o valor sobe para a 207 mil toneladas. “Estamos investindo em equipamento adequado para a indústria de extrusão dar conta da demanda. Por outro lado, empresas como a CBA [Companhia Brasileira do Alumínio], Novelis e Alcoa já têm capacidade para tal, pois compraram máquinas para os próximos cinco anos”, disse Noronha.

Fonte: DCI